Portfólio Frugal – Revisão a 2021

Agora que já vemos 2021 pelo espelho retrovisor, aproveito este início de novo ano para partilhar o desempenho do meu portfolio pessoal em 2021 e listar algumas lições que aprendi no ano passado.

Sem mais, eis o desempenho de cada elemento do meu portfolio em 2021, bem como a valorização da carteira como um todo:

ProdutoValorização
Imobiliário9.0%
ETFs de Índice de ações28.0%
Ações Individuais-3.8%
Ouro6.6%
Empréstimos P2P6.7%
Numerário0.6%
Total10.7%

Segue-se um pequeno resumo de cada rúbrica.

Imobiliário (+9%)

O imobiliário representa a maior fatia do meu portfolio de investimentos. No meu caso, invisto em imobiliário através da posse direta de apartamento para arrendamento. O rendimento obtido em 2021 foi de 9.0%, resultante da soma de duas parcelas:

  • Valorização do preço por m2 no local em questão: 7.5%
  • Rendas recebidas em 2021, deduzidas de custos e impostos: 1.5%

Em 2021 reforçei o meu apreço por este tipo de investimento. O imobiliário gera fortes retornos de longo prazo com volatilidade que para mim é facilmente tolerável. Tem como desvantagem o facto de poder necessitar de mais atenção e acompanhamento do que outros tipos de investimento.

ETFs de Índice de ações (+28%)

Em 2021 o meu ETF preferido valorizou 32.5%, um desempenho semelhante a alguns ETFs europeus que tenho também em carteira. A performance dos meus ETFs como um todo ficou-se pelos 28% devido ao desempenho menos forte do meu produto de mercados emergentes.

O ano passado tive a felicidade dos ETFs de índice valerem entre os 75% e os 85% do meu portfolio de ações, o que menorizou o desempenho negativo das minhas ações individuais. A grande lição que tirei de 2021 foi a importância de ser maioritariamente ou exclusivamente um investidor passivo, permitindo obter retornos sólidos a longo-prazo com uma volatilidade inferior à da maioria das ações individuais.

Ações Individuais (-4%)

Ao contrário de anos anteriores, a performance das minhas ações individuais em 2021 ficou muito abaixo do desempenho de mercado. A minha carteira conta maioritariamente com ações tecnológicas, das quais algumas não apresentam ainda lucros, tendo sido estes os títulos mais penalizados em 2021. Os meus títulos de carácter mais defensivo tiveram um bom desempenho, mas representam uma parte demasiado pequena da minha carteira para compensar a hecatombe observada em algumas tecnológicas.

Em 2021 aprendi que, apesar da minha relutância em vender ações, as mesmas por vezes atingem preços que nos devem fazer ponderar seriamente a venda parcial ou total das mesmas.

Ouro (+7%)

Comecei o ano de 2021 sem exposição a ouro, mas no seguimento da minha análise ao mesmo decidi abrir uma posição em 2021 e reforçei essa posição num segundo momento. Irei continuar a reforçar o meu investimento em ouro até chegar a 5% do meu património.

Em 2021 concluí que o ouro tem a capacidade de aumentar os retornos de um portfolio e reduzir a sua volatilidade, parecendo também ser resiliente em períodos de maior inflação e de instabilidade geopolitica.

Empréstimos P2P (+7%)

A minha exposição a empréstimos P2P existe sob a forma de uma posição minúscula na plataforma Bondora (produto Go & Grow). Abri a minha posição em 2020 apenas para conhecer melhor o produto, que “promete” retornos de 6.75% ao ano, e que foi exatamente o que gerou para mim em 2021.

Em 2021 não tive oportunidade de analisar a fundo este tipo de plataformas, mas não estou convencido que o binómio risco/rentabililidade seja favorável. Contudo, até ver, estou satisfeito com a Bondora, que tem um interface agradável e tem cumprido com a sua promessa de retornos de 6.75%/ano.

Numerário (+0.6%)

Em 2021 consegui obter algum retorno com o meu numerário através de taxas mais favoráveis (mas ainda assim próximas de 0%) em divisas estrangeiras, bem como campanhas de captação de novas poupanças. Contudo, a função do numerário no nosso portfolio não é a de gerar rendimento, mas sim a de nos permitir encarar mais facilmente a volatilidade do mercado, bem como aproveitar oportunidades que surjam com quebras de mercado.

Em 2021 fiquei mais confortável com a ideia de ter menos dinheiro “investido” em numerário, desde que o mesmo nunca represente menos de 5% a 10% do meu património.

Conclusão

2021 termina com um crescimento de 11% dos meus investimentos. Saio satisfeito do ano que agora terminou, uma vez que a maior parcela do meu investimento (imobiliário) não pode gerar retornos anuais sustentáveis muito acima desta marca. No ano passado prezei também muito o facto de ter conseguido ficar indiferente a quebras de mais de 50% em algumas das minhas ações individuais, o que foi possível graças a uma estratégia de diversificação responsável da minha parte.

Se 2022 trouxer mais do mesmo, ficarei certamente satisfeito uma vez mais.

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