5 traços comuns dos milionários

Neste artigo exploro as características que são possíveis encontrar na maioria dos milionários e qual o caminho que estas pessoas percorreram até atingirem um património de 1 milhão de dólares (equivalente a cerca de 898 mil euros a 31 de Março de 2022).

A Credit Suisse estima que existam cerca de 56 milhões de milionários no mundo, pouco mais de 1% da população adulta mundial. Os Estados Unidos representam a maior fatia deste bolo (39% dos milionários do mundo), seguindo-se a China com 9% do total. A Europa concentra 15.7 milhões de milionários (28% do total mundial), estando 136 mil em Portugal. O Brasil conta com 207 mil indivíduos.

Como é que estas pessoas conseguiram angariar 1 milhão de dólares? Qual o caminho a percorrer para lá chegar? Neste artigo incluo 5 traços comuns que diferentes fontes identificaram entre milionários:

1 – Poupam cerca de 20% dos rendimentos

Ser milionário não significa gastar 1 milhão de dólares, significa exatamente o oposto: Poupar 1 milhão de dólares. Cá dentro, o Diário de Notícias escreve que “Em Portugal só os ricos é que poupam”, ao passo que nos Estados Unidos diferentes estudos apontam para taxas de poupança dos ricos na ordem dos 19% a 25%, claramente acima dos 14% da média da população.

É claro que ganhar mais ajuda a poupar mais, mas segundo Thomas Stanley, no livro Millionaire Next Door (PT | EN), o rendimento apenas explica 30% da diferença de património, sendo os restantes 70% resultado de um estilo de vida mais frugal:

  • 55% dos milionários compram carros usados
  • A maioria dos milionários estabelece um orçamento e vive de acordo com o mesmo
  • 2/3 dos milionários sabem quanto gasta a sua família em comida, alojamento e roupa. Em comparação, apenas 35% dos seus colegas com o mesmo rendimento e menor nível de poupança sabem o valor destes gastos

2 – Não têm custos excessivos com as suas casas

Os custos com habitação representam 30% a 37% das despesas dos agregados familiares portugueses, claramente a maior fatia dos seus custos. Por esse motivo, esta é também a despesa cuja racionalização pode ter maior impacto na nossa saúde financeira. Gastar menos dinheiro em habitação liberta capital para investir, advindo daí os efeitos mágicos de capitalização que já conhecemos.

Segundo Jim Stovall no seu livro The Millionaire Map, a maioria dos milionários vive na mesma casa há mais de 20 anos, apesar da sua fortuna ter aumentado ao longo do tempo. Warren Buffet é talvez o exemplo mais mediático, pois vive na mesma casa desde 1958, ano em que a comprou por 31.500 dólares. Adicionalmente, ao optarem por casas relativamente baratas face ao seu rendimento anual, os milionários tendem a pedir crédito à habitação inferior a 33% do valor da casa e a gastar menos em mobília, eletricidade e outras despesas inerentes a casas de maior dimensão.

Também o bairro onde escolhemos viver tem um claro impacto nos nossos hábitos de consumo. Segundo Sarah Fallaw, do Affluent Market Institute, quem vive num bairro caro tende a copiar os hábitos dos vizinhos. Os milionários, pelo contrário, são 4x a 5x mais ricos que os seus vizinhos de bairro. Ao adoptar o estilo de vida dos vizinhos, os milionários vivem abaixo das suas possibilidades, poupando mais dinheiro no processo.

3 – Constroem a sua fortuna (não a herdam dos pais)

Existe na sociedade o mito de que os mais abastados nasceram quase todos em berço de ouro, sendo difícil alguém de origens humildes tornar-se rico. Este mito é reforçado pela existência de milionários famosos cuja fortuna vem de família, como são os casos de Paulo e Cláudia de Azevedo ou Paula Amorim, mas a verdade é que um estudo realizado pela Fidelity Investment indica que 81% dos milionários construíram a sua própria riqueza, não a herdaram.

A mesma Fidelity indica que, em média, os americanos atingem o milhão de dólares nos seus Planos de Poupança Reforma (401k nos Estados Unidos) na casa dos 58-59 anos. O estatuto de milionário não chega de um momento para o outro, mas sim como resultado de anos de poupança paciente e investimento sensato.

4 – Investem em múltiplas fontes de rendimento

O escritor americano Thomas Corley provinha de uma família abastada, mas viu o seu pai perder tudo quando um incêndio destruiu o armazém da família avaliado em 3 milhões de dólares. A família tinha colocado os seus ovos todos no mesmo cesto, passando dificuldades nos 15 anos seguintes. A partir daí, Corley decidiu estudar os hábitos diários dos mais ricos e dos mais pobres, concluindo no seu livro Rich Habits: The Daily Success Habits of Wealthy Individuals que 65% dos milionários apresentam pelo menos três fontes de rendimento. Entre estas fontes incluem-se:

  1. Rendimentos de trabalho (salários)
  2. Rendimentos de bolsa (dividendos e mais valias)
  3. Rendas de imóveis
  4. Rendimentos de propriedade intelectual (royalties)
  5. Lucros de negócios próprios
  6. Juros de investimentos em depósitos e obrigações

Saber investir e diversificar não pode ser menosprezado. De acordo com um estudo da Spectrem Group, 83% dos milionários indicaram que investir de forma inteligente foi o factor primário da sua criação de riqueza, sendo que a americana Fidelity indica que “fundos e imóveis” são as opções de construção de riqueza mais comuns da maior parte dos milionários. O próprio Arnold Schwarzenegger, que cresceu pobre numa casa sem água quente e eletricidade, juntou o seu primeiro milhão de dólares investindo em imobiliário e não através da sua participação em filmes.

5 – Continuam a melhorar ao longo da vida

Ao estudar os hábitos dos milionários, o já referido autor Thomas Corley observou também 88% dos mesmos dispende pelo menos 30 minutos por dia a ler para se educar e desenvolver, e 76% dos indivíduos mais ricos praticam pelo menos meia hora de exercício físico por dia.

Outro hábito de melhoria contínua identificado nos milionários, desta vez pela também já citada Sarah Fallaw, é o facto dos mesmos dedicarem uma média de 10.5 horas por mês a estudar e planear os seus investimentos pessoais, um número que é quase duas horas mais elevado do que colegas que têm o mesmo salário, mas acabam por acumular menor quantidade de riqueza.

Conclusão

Não é preciso nascer em berço de ouro para ser rico, e nem sequer é esse o caminho mais comum para chegar ao milhão de dólares de património.

Levar uma vida financeira regrada, viver abaixo das possibilidades, poupar, investir diversificadamente com sensatez e procurar pacientemente melhorar ao longo da vida são a melhor fórmula para obtermos sucesso financeiro

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